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Crianças na internet: como mantê-las em segurança ao navegar na rede

Nos dias de hoje, é inevitável que nossos filhos sejam expostos a muitas telas. A internet oferece muitos benefícios, incluindo recursos educacionais e jogos divertidos. Mas ela também pode representar riscos à segurança dos pequenos, a menos que sejam tomadas as devidas precauções durante o período em que deixamos as crianças na internet.

Por isso, muito além da clássica orientação “não fale com estranhos”, é importante lembrar que há muitas coisas que nós pais e mães podemos fazer para manter nossos filhos em segurança on-line. Confira estas 5 dicas de segurança para crianças na internet:

1  
Verifique, atualize e aumente suas configurações de privacidade. Você não apenas pode proteger a si mesmo e ao seu computador contra vírus da Internet, mas também pode definir restrições contra o acesso a determinados sites e conteúdo.

2
Definir limites de tempo na frente da tela: 30 minutos por dia e somente após o dever de casa e outras tarefas serem concluídas. Para você ter uma ideia, a Academia Americana de Pediatria recomenda no máximo 1 hora de tempo de tela para crianças de 2 a 5 anos. 

3
Mantenha seus filhos à vista quando estiverem navegando na web. As crianças são curiosas, mas são menos propensas a procurar conteúdo impróprio se souberem que a mãe está sempre ao redor. Se eles encontrarem algo inapropriado, converse com eles para que não se sintam envergonhados ou temam perder os privilégios.

4
Verifique o histórico de navegação do seu computador com frequência. Monitore quais sites seu filho está visitando regularmente. Se você se deparar com algo questionável, tenha uma conversa muito direta com ele.

5
Fale com eles sobre sua reputação on-line e ajude-os a entender que o que uma pessoa posta on-line é para sempre. É importante que as crianças aprendam que tudo o que dizem ou compartilham on-line é público. Certifique-se de que ele nunca compartilhe informação pessoal com estranhos, incluindo seu nome ou endereço.

Pandemia e crianças na internet

Mais importante ainda: crie uma conversa aberta com seu filho sobre o uso e a segurança da internet. Isso o ajudará a se sentir mais à vontade ao abordar você com perguntas sobre o conteúdo que encontrou on-line. 

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O tempo de tela aumentou ainda mais durante a pandemia e é possível que muitos desses hábitos continuem por vários meses ainda. Afinal, com escolas fechadas por causa da covid-19, muitos alunos passam mais tempo em chats e outras atividades online; pais devem estar atentos para perigos na rede. 

De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, cerca de 1,5 bilhão de crianças e jovens ficaram fora da escola durante a pandemia. Assim, a rede mundial de computadores passou a ser o ponto de contato dos estudantes com o resto do mundo por um período mais longo que antes da pandemia. 

Conversar é a saída

Por isso, mais do que nunca, é importante garantir que os pequenos compreendam o valor de interações sadias e de apoio. Em outras palavras, eles devem entender também que contatos discriminatórios, comentários racistas ou inapropriados não são aceitáveis. 

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Se seus filhos tiverem essa experiência, peça a eles para contarem a você e note se as crianças estão retraídas ou agindo de forma secreta. Elas podem estar experimentando bullying na internet. 

Converse com a criança para acordar como os dispositivos podem ser usados e quando. Conforme ele fizer perguntas sobre o assunto, converse com sinceridade e franqueza. 

A internet não tem que ser um lugar assustador. Use essas dicas para manter em segurança as crianças na internet!

Pais devem impor limites na quarentena ou aliviar regras?

Se você flexibilizou certas regras para as crianças durante o isolamento e não sabe até que ponto isso é certo ou errado, saiba que você não está sozinho. Afinal, ninguém pode negar que aparelhos eletrônicos são soluções mais fáceis para conciliar o fato de que os pequenos não retomaram as idas à escola e muitos pais ainda estão trabalhando em home office. A pergunta que muitos pais e mães têm feito é: devemos impor limites na quarentena ou aliviar as regras?

De acordo com um estudo realizado pela companhia de tecnologia infantil Super Awesome, crianças de 6 a 12 anos estão passando pelo menos 50% do seu tempo mexendo em telas diariamente durante a quarentena do novo coronavírus. 

Se a discussão sobre o tempo de utilização de celulares, tablets, computadores e TVs já era grande, imaginem durante o isolamento social. “Os filhos não estão indo às escolas, os avós não podem contribuir com o monitoramento das crianças e os pais precisam lidar com os afazeres da casa e, ao mesmo tempo, trabalhar em esquema de home office. Todo esse novo contexto acende um importante sinal de alerta para o estresse tóxico”, alerta a pediatra Liubiana Arantes de Araújo, numa publicação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lançada para auxiliar os pais durante o confinamento. 

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A médica explica que, se os pilares de saúde dos filhos não forem respeitados, a tensão diária e elevada gerada pela situação pode acarretar em diferentes transtornos. Assim, segundo ela, os pequenos podem sofrer várias consequências em curto prazo, como transtornos do sono, irritabilidade e baixa imunidade.

Equilíbrio

No entanto, não é necessário cortar totalmente os dispositivos da rotina. A saída é usar a tecnologia a favor da sua família. “Intercale filmes educativos com atividades lúdicas e brincadeiras. Você pode colocar um pouco de tela e ter uma presença de qualidade em vários momentos do dia”, completa a pediatra.

Em médio e longo prazos, ela explica, há a possibilidade de maior prevalência para atrasos no desenvolvimento, transtorno de ansiedade, depressão, queda no rendimento escolar e estilo de vida pouco saudável na vida adulta. Mas, no curto prazo, é possível conciliar as atividades em tela com brincadeiras e exercícios offline, como cozinhar com as crianças e realizar exercícios físicos, mesmo em casa, por exemplo.

“Intercale filmes educativos com atividades lúdicas e brincadeiras. Você pode colocar um pouco de tela e ter uma presença de qualidade em vários momentos do dia”.
Liubiana Arantes de Araújo, pediatra 

Confira as recomendações da Sociedade de Pediatria:

▶️ Os adultos devem discutir em conjunto as atividades prioritárias do dia a dia e estabelecer horários para realizar as tarefas e obrigações. Os afazeres devem ser preferencialmente intercalados de forma que as crianças recebam atenção e permaneçam sob supervisão, quando necessário. 
▶️ É fundamental realizar o planejamento da agenda dos filhos – sempre em comum acordo com as crianças – e incentivar o equilíbrio de horários para manter em dia as atividades de estudo e leitura, exercícios físicos, sono e ócio criativo.
▶️ O tempo de tela deve respeitar os limites definidos pela SBP para cada faixa etária. Evite a exposição de crianças menores de dois anos às telas, mesmo que passivamente.
▶️ Vale inserir as crianças e adolescentes nas tarefas domésticas respeitando a capacidade de acordo com a idade de cada um.
▶️ É importante também incluir na agenda momentos para que a família possa estar unida de forma alegre e prazerosa. Tente realizar as refeições junto.
▶️ Intercalar períodos de atividades físicas dentro do lar em mais de um horário do dia e, se possível, fazer as atividades em conjunto, com a participação de pais e filhos. Estimule a criatividade: criar circuitos com travesseiros e garrafas plásticas; pular corda; dançar; artes marciais, dentre outros.
▶️ Usar a tecnologia a favor de todos. Estimular os avós a terem conversas – por videoconferência – alegres, com momentos de descontração. Visualizar os avós em boa saúde pode tranquilizar as crianças. 
▶️ Os pais devem ensinar como higienizar corretamente as mãos, proteger o rosto ao espirrar ou tossir e evitar o contato físico. Esses cuidados devem ser um hábito diário, mesmo após a pandemia acabar. As orientações podem ser fornecidas por meio de ferramentas lúdicas, como músicas, leituras e brincadeiras.
▶️ É necessário conversar sobre a situação atual, com linguagem simples e adequada a cada idade. As informações devem ser transmitidas de forma tranquila para evitar medo, ansiedade e elevação do estresse. Importante ressaltar que as medidas atuais são formas de prevenção e a expectativa é de bons desfechos.
▶️ Os pais devem fornecer condições, a partir de um ambiente acolhedor e de apoio mútuo, para que os filhos expressem seus sentimentos e suas dúvidas.
▶️ Importante reservar um a dois momentos do dia para que os adultos possam se atualizar em relação às informações, sem expor as crianças a conteúdos inadequados.

Nas orientações, a SBP sugere, ainda, que os pais assumam o papel de referência, exercendo eles mesmos o padrão de comportamento que esperam dos filhos e respeitando os limites na quarentena. Além disso, a entidade reforça a necessidade de explicar para as crianças e adolescentes que o momento não é um período de férias, mas uma situação emergencial e transitória de reorganização social. 

Escola a distância 

Além disso, é importante lembrar que muitas atividades escolares também estão sendo mediadas pela tecnologia, o que aumenta a permanência dos pequenos ligados aos dispositivos eletrônicos e pede ressalvas no momento de decidir quais os limites na quarentena. 

Em entrevista à Revista Crescer, a pediatra Flávia Nassif, do Hospital Sírio Libanês, alerta que a utilização pode ser um bloqueio no desenvolvimento dos pequenos. Quando usados de forma excessiva, os dispositivos podem afetar o sono, atrapalhar na alimentação, prejudicar a audição, provocar dor nas costas e no ombro e gerar distúrbios visuais. 

Além de diminuir a socialização e aumentar a obesidade e o sedentarismo, pois as atividades físicas ficam em segundo plano. Por isso, também é essencial manter hábitos saudáveis do sono, pois o sono está diretamente relacionado ao bem-estar do seu filho e à redução de sentimentos de estresse e ansiedade. 

Vale dormir sempre no mesmo horário, inclusive nos finais de semana. Igualmente, vale observar a quantidade necessária de horas de sono para cada faixa etária. Inclusive, a Academia Americana de Medicina do Sono definiu esse número:

▶️ 4 a 12 meses: 12 a 16 horas de sono por dia, incluindo sonecas
▶️
1 a 2 anos: 11 a 14 horas de sono por dia, incluindo sonecas
▶️ 3 a 5 anos: 10 a 13 horas de sono por dia, incluindo sonecas
▶️ 6 a 12 anos: 9 a 12 horas de sono por dia
▶️ 13 a 18 anos: 8 a 10 horas

Equilíbrio e bom senso

Os especialistas recomendam também que as famílias evitem liberar o uso de equipamentos tecnológicos perto dos horários das refeições e antes de dormir, pois uma boa noite de sono é fundamental para o crescimento.

Como a situação que estamos vivendo é inédita e tem exigido de todos nós muitas mudanças de comportamento, é preciso equilíbrio e bom senso até mesmo na hora de impor limites na quarentena. Muitas famílias estão se reorganizando ainda, buscando uma nova forma de viver e conciliar a educação em casa com o trabalho e os cuidados com as crianças em tempo integral.

Não se culpe. O importante é ter bom senso para flexibilizar as regras. “Não deixe a criança ficar o tempo todo online. Em uma situação atípica, tudo bem tolerar um pouco, mas ficar só nesses dispositivos não é uma alternativa atraente. Tente organizar o seu tempo para que consiga ficar mais horas com o seu filho, ainda mais em um momento que todos estão estressados.”, reforça a pediatra a Flávia Nassif.

Influência positiva

Não é necessário cortar totalmente os dispositivos da rotina, mas utilize a tecnologia ao seu favor para colocar limites na quarentena. Diversifique as atividades, use a imaginação, estimule seu filho a brincar com papel, massinha ou bichos de estimação

As crianças ouvem, vêem e são diretamente influenciadas pela maneira como seus pais e cuidadores reagem a várias situações. Logo, pais que demonstram habilidades positivas na hora de impor limites na quarentena podem ajudar a tranquilizar as crianças que estão ansiosas ou estressadas. Por mais difícil que o momento esteja sendo para todos, pais tranquilos reduzem significativamente o estresse infantil.