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Ginástica para crianças, uma aliada no sucesso escolar

Uma pesquisa da Escola de Educação de Harvard confirma o que temos visto na prática, durante 40 anos de ginástica para crianças e adolescentes:  a prática de exercícios físico caminha juntinho com desenvolvimento intelectual dos pequenos. Segundo o estudo, alunos que fazem ginástica tendem a ter mais sucesso na escola, e isso tem uma enorme ligação com características como determinação, coragem, persistência e equilíbrio.

 A pesquisa ouviu mais de 4 mil adolescentes e concluiu que a prática constante de atividades físicas estimula o que eles chamam de “mentalidade de crescimento”, além da capacidade de manter um estilo de vida equilibrado. De acordo com os pesquisadores, as mesmas características contribuem para que as crianças tivessem sucesso na sala de aula.

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Antes de darmos uma olhada nas conclusões do estudo de Harvard, um convite: assista às aulas virtuais da The Little Gym em Casa, um projeto que criamos especialmente para ajudar as crianças a se movimentarem durante o isolamento imposto pela pandemia do coronavírus. As aulas estão disponíveis no nosso canal do Youtube, divididas por faixa etária, com atividades para crianças ATÉ 3 ANOS, de 3 A 6 ANOS e de 6 A 12 ANOS. 

Clique aqui para acessar as aulas online da The Little Gym.

 Agora, voltando ao estudo de Harvard, vamos ao que ele concluiu:

1 – A ginástica desenvolve determinação

Determinação é a qualidade que faz você continuar tentando fazer uma determinada atividade ou alcançar algo que é difícil. Simplesmente assista a uma ginasta iniciante aprendendo um dos primeiros passos de sua modalidade e você verá na prática o que estamos querendo dizer. 

2 – A ginástica cultiva a coragem 

Correr a toda a velocidade rumo a um objeto e se lançar sobre ele? Balançar-se uma barra pendurada no ar? Desafiar a lei da gravidade regularmente? Quem faz ginástica pode até enfrentar algum desconforto e ter medo, mas escolhe fazer e superar etapas. Uma das principais características de quem tem coragem!

3 – A ginástica estimula a persistência

Caia sete vezes, levante-se oito. O provérbio japonês é muito lembrado por quem pratica atividades ligadas à ginástica olímpica e outras modalidades de ginástica. Desenvolver essa qualidade permite que a criança ou adolescente continue fazendo algo ou tentando fazer algo, mesmo que seja difícil … Isso é a definição de persistência, não?

4 – Quem faz ginástica ganha uma mentalidade de crescimento

Para quem pratica exercícios físicos regularmente, é praticamente impossível não acreditar que nossas habilidades mais básicas podem ser desenvolvidas através de dedicação e trabalho duro. Caso contrário, por que alguém que pratica uma atividade física se incomodaria com a regularidade?

Melhor ainda é saber que uma mentalidade de crescimento ajuda a criar amor pelo aprendizado e resiliência, que é essencial para grandes realizações. 

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Já conheceu um praticante de ginástica que não gostava de aprender coisas novas ou que deixou de realizar uma coisa porque teria que enfrentar uma dificuldade ou depois de um revés? Nem nós.

5 – A ginástica exige um estilo de vida equilibrado

Com as crianças não é diferente. De acordo com a neurocientista Christina Hinton, professora da Escola de Educação de Harvard, “os resultados sugerem que a coragem não exige esforço a todo custo, mas sim cultivar habilidades saudáveis ​​de regulação emocional e estratégias eficazes de aprendizado”. 

Quem pratica ginástica entende isso. A importância do sono, da nutrição adequada, de reservar um tempo para a família, por exemplo, são noções que vêm junto com a prática física e a disciplina, desde os primeiros passos dos nossos jovens atletas. 

Raciocínio e memória

É importante destacar ainda que exercícios físicos praticados por crianças e adolescentes em idade escolar cooperam na concentração e fixação dos conteúdos ensinados em sala de aula. Além disso, o movimento estimula o raciocínio lógico e a memória. 

A concentração é outra que ganha muito com os exercícios. Por fim, vale ressaltar que práticas físicas ajudam a ativar a circulação dos músculos do corpo, corrigem posturas inadequadas e auxiliam na oxigenação do cérebro, o que está diretamente ligado, também, ao progresso nos estudos. 

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Quanto mais variada e cheia de estímulos for a prática, melhor para o desenvolvimento da criança. No Brasil, estima-se que 7,3% das crianças menores de cinco anos estejam acima do peso. Na América do Sul, são 2,5 milhões de crianças com sobrepeso ou obesidade. Alimentação incorreta e sedentarismo são as principais causas.

Por isso, incentivar os pequenos a começarem desde cedo a praticar uma atividade é essencial para que eles se habituem com um estilo de vida em movimento. 

 Veja a seguir a melhor atividade física para cada idade:

O incentivo à prática de atividades físicas deve vir literalmente de berço. Bebês devem ser estimulados desde cedo a movimentos para alcançar, puxar ou empurrar objetos. Ao começar a engatinhar, a criança deve ser levada a explorar ambientes seguros, sempre sob o olhar atento de um adulto.

Ajudá-lo a superar obstáculos, como almofadas e travesseiros em cima de um edredom, por exemplo, contribui para o desenvolvimento físico e emocional.

As crianças dessa faixa etária devem fazer pelo menos 3h de atividades físicas de qualquer intensidade distribuídas ao longo do dia. Jogar bola ou andar de bicicleta, brincar de pique-esconde ou pega-pega, jogos, corridas ou outras atividades que estimulem a coordenação motora são super indicadas.

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A partir dessa idade, os pequenos já estão prontos para aproveitar atividades estruturadas como natação, ioga, danças, lutas e esportes coletivos.

Esportes como futebol, vôlei, natação, handebol e ciclismo, ginástica rítmica e artística, entre outras atividades, são algumas das práticas recomendadas para crianças a partir de 6 anos.

Durante pelo menos 1 hora por dia, por pelo menos três vezes por semana, elas ajudam a fortalecer e a desenvolver e músculos e ossos, além de estimularem habilidades físicas como ritmo, agilidade, força, coordenação, equilíbrio e velocidade.

Quer conhecer as atividades que a The Little Gym oferece para cada faixa etária? Clique aqui e veja os nossos programas ou fale com a nossa equipe.

Como ensinar seu filho a pedir desculpas

“Peça desculpas” é o que dizemos aos nossos filhos quando eles pegam o brinquedo de alguém, batem no irmão ou fazem outras coisas indesejáveis. E é frequentemente aí que a conversa termina, com pouca ou nenhuma discussão sobre o que aconteceu, por que foi prejudicial à pessoa com quem a criança se desculpou, como lidar com a mágoa que causou e o que pode fazer para mudar seu comportamento.

Por isso é importante entender como ensinar seu filho a pedir desculpas quando ele comete erros. Pedir desculpas superficiais, especialmente quando elas são proferidas de má vontade, não é suficiente para mudar o comportamento da criança. Além disso, geralmente esses pedidos padrão tendem a se repetir na idade adulta.

Isso é problemático, como vimos, por exemplo, nas satisfações dadas por pessoas públicas importantes como Harvey Weinstein, Louis CK, Kevin Spacey e Matt Lauer, recentemente acusados de atos de assédio ou agressão sexual. Suas manifestações indicam para, para determinadas pessoas, apenas pedir desculpas é suficiente, mesmo quando o pedido vem seguido de explicações que reforçam seu ponto de vista ou culpam as vítimas.

Pedir desculpas de coração

Pedidos de desculpa superficiais são feitos geralmente sem arrependimento de todo o coração nem vontade de fazer reparos adequados.

“Eles podem conter uma transferência de responsabilidade (“Peço desculpas por minha equipe ter cometido um erro”) ou envolver a linguagem condicional, que muda o foco para a pessoa prejudicada (“Desculpe se você ficou ofendido”). Podem também ser tão vagos que não fazem sentido (“Sinto muito pelo que aconteceu’)”

Edwin Battistella, professor de linguística na Southern Oregon University e autor do livro “Sorry About That: The Language of Public Apology”, lançado nos Estados Unidos em 2014 e ainda sem tradução no Brasil.

O ato de pedir desculpas realmente, por adultos ou crianças, precisa conter o reconhecimento sincero de que você fez algo errado. E é isso que pode ser tão difícil: ninguém gosta de admitir um erro. 

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A propósito, no caso específico das crianças, há algo muito complicado chamado dissonância cognitiva, que é aquela sensação estranha que se tem ao tentar manter duas crenças contraditórias ao mesmo tempo. Por exemplo, uma criança pode acreditar que é uma pessoa gentil, mas também vê que fez algo ruim. Como aliviar essa tensão? Muitas vezes, a saída que encontramos é sugerir que o que aconteceu não foi tão ruim assim ou que a pessoa mereceu.

Um bom pedido de desculpas começa com a orientação

A maneira como orientamos as crianças em um pedido de desculpas é tão importante quanto o próprio pedido de desculpas. O primeiro passo para ensinar seu filho a se desculpar é fazer com que ele – e você mesmo – dê um passo atrás.

Digamos que seu filho pegou um dos brinquedos do amigo e fugiu, deixando o coleguinha chorando. Fazer com que os pequenos lidem com as consequências de suas ações no calor do momento não vai funcionar. Eles ainda estão sentindo as emoções que os levaram a se comportar daquela maneira e precisam se acalmar antes de estarem prontos para refletir sobre suas ações.

Portanto, não é a melhor ideia gritar “Pare de correr e devolva esse brinquedo ao seu amigo! Você precisa se desculpar agora”.

“É sempre imprudente tentar ensinar quando estamos com raiva ou nossos filhos têm dificuldade em ouvir. Também não podemos ensinar quando estamos envergonhados na frente dos outros”, explica Ellen Goldsmith, assistente social clínica especializada em crianças e adolescentes.

Então, quando seu filho estiver mais calmo, você poderá resolver o que aconteceu.

Falando sobre sentimentos

Uma das saídas é descobrir o que seu filho estava sentindo e como essas emoções podem ter levado ao comportamento problemático. Então, você pode perguntar: “O que você estava sentindo antes de pegar o brinquedo do seu amigo?”. 

Seja qual for o motivo, a ênfase deve estar em suas ações serem o problema, não em suas emoções. Todas as emoções são boas. O que faz diferença é como lidamos com elas. “Precisamos nomear os sentimentos. Caso contrário, as crianças podem se perder em seus sentimentos, como nós às vezes fazemos”, afirma Goldsmith.

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Depois que eles entenderem mais sobre suas emoções e comportamento, é hora de falar sobre como a outra pessoa se sentiu. Você pode fazer isso relacionando a situação com algo semelhante pelo qual a criança passou.

Por exemplo, talvez o irmão do seu filho tenha pegado seu brinquedo favorito sem pedir e se recusado a devolvê-lo. Você pode pedir que ele pense e se lembre de como se sentiu nesse caso. Depois, uma dica é ressaltar que pode ser como o amigo dele se sentiu quando teve seu brinquedo levado.

Brainstorming com crianças

Você também pode perguntar ao seu filho o que ele faria de diferente neste caso se pudesse. Vocês podem imaginar opções juntos. “O brainstorming com crianças pode proporcionar momentos maravilhosos de ensino. Pode ajudá-lo a escrever ou desenhar as opções de como responder potencialmente ”, orienta Goldsmith.

Na opinião da especialista, mostrar às crianças que erros são oportunidades para refletir e aprender pode mudar a maneira como elas vêem os erros. Além disso, trata-se de uma forma de combater o modo defensivo como instintivamente costumamos agir diante dos nossos equívocos.

Os ingredientes de um conversa que funcione

Depois dessa conversa inicial, seu filho está pronto para se desculpar. Um pedido de desculpas sincero precisa priorizar os sentimentos da outra pessoa e demonstrar arrependimento.

“Um bom pedido de desculpas precisa mencionar o dano causado, demonstrar arrependimento sincero e de alguma forma reparar o dano”, confirma o professor Edwin Battistella. 

Em um treinamento para professores, a ex-professora da escola primária JoEllen Poon aprendeu sobre uma abordagem simples de desculpas que atinge todos os pontos-chave. Três frases – “Desculpe”, “Isso está errado porque…” e “No futuro, eu irei…” – guiam os alunos pelas etapas.

Ela falou sobre suas experiências ensinando as crianças a se desculpar em um popular post no blog Cuppacocoa. É neste momento que a sua conversa anterior com o seu filho será útil, pois ele já saberá como completar as frases que Poon utiliza como bases.

“Meus alunos começaram a alimentar relacionamentos de uma maneira nova. Cada vez mais, eles tomavam a iniciativa de pedir desculpas um ao outro, em vez de esperar que um adulto os obrigasse a fazê-lo. Eles pararam de agir como se estivessem ‘perdendo’ quando estavam se desculpando e, em vez disso, passaram a se ver ‘ganhando’ juntos por uma situação ter melhorado” afirma.

E completa: “Eles também pareciam realmente mudar seus comportamentos depois – crianças que incomodavam outras crianças diminuíram esses comportamentos, e todos pareciam mais sinceros em seus esforços para se harmonizarem entre si”.

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Depois de pedir desculpas, outra maneira de as crianças fazerem as pazes é agindo. “As crianças aprendem fazendo e, portanto, uma foto ou um abraço podem fazer toda a diferença. O mesmo vale para nós adultos também”, defende Goldsmith.

“Todos aprendemos pelo que os outros fazem e não pelo que eles dizem. Por isso, é muito mais importante nos ver fazer o que ensinamos e pregamos, ou eles nos verão como mentirosos ou hipócritas e sempre se lembrarão disso ”, disse Goldsmith.

Empatia e perspectiva

Mas o que acontece quando seu filho realmente acha que não fez nada de errado? Ele pode estar com dificuldade em admitir o que é errado ou pode não entender o ponto de vista da outra pessoa. Neste caso, uma opção é incentivar seu filho a perguntar ao amigo como ele se sentiu.

“Ser capaz de conversar com outra pessoa e ouvir o que a outra pessoa está explicando pode ajudar as pessoas a ter uma perspectiva diferente”, analisa Amy Hubbard, presidente do departamento de comunicação da Universidade do Havaí, e uma das autoras do estudo “Efeitos do Timing e da Sinceridade de um Pedido de Desculpas na Satisfação, Compreensão e Mudanças nos Sentimentos Negativos durante os Conflitos”.

No entanto, vale ressaltar que tudo o que for dito, mesmo o pedido de desculpas mais genuíno e livre de estigma, não significa que o solicitante tenha direito ao perdão. Existem coisas que não conseguiremos consertar e pessoas que não estarão dispostas a nos perdoar, e tudo bem. É importante ensinar aos nossos filhos que pedir desculpa não significa perdão certo, mas sim assumir a responsabilidade por nossas ações.

Pedir desculpas e admitir erros, desde a infância, ajuda bastante a criar empatia e a impedir que o mau comportamento de criança torne-se um padrão abusivo no futuro.

“Quando as crianças aprendem isso em tenra idade, torna-se natural e normal que elas se desculpem de uma maneira mais completa. Elas se acostumam a ser específicas sobre seus erros, examinando as consequências de suas ações, construindo empatia, fazendo um plano para realmente parar o comportamento indesejado e se permitindo sentir o desconforto de uma atitude humilde ao pedir perdão”.

JoEllen Poon

“Muitos de nós crescemos aprendendo a evitar emoções desconfortáveis ​​que vêm com um pedido de desculpas como esse, que se torna natural ser defensivo em vez de aberto e humilde. Esperemos que aprender a pedir desculpas adequadamente resultará em adultos mais atenciosos, cada vez mais conscientes da maneira como suas ações afetam os outros”, completa a ex-professora infantil. 

Este material foi traduzido do site Today’s Parent, parceiro da The Little Gym internacional. Texto original (em inglês): https://www.todaysparent.com/family/parenting/heres-what-works-way-better-than-forcing-your-kid-to-say-sorry/