As crianças e adolescentes são naturalmente enérgicos, curiosos e alegres. Mas isso não quer dizer que eles não possam ter problemas de saúde mental. Uma pesquisa feita pela Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (UNA-SUS) concluiu que, no mundo, o número de casos de ansiedade e depressão em crianças e adolescentes subiu de 11,6% em 2018 para 25,2% em 2021.
Isso foi um resultado, principalmente, da pandemia de Covid-19.
Com as incertezas do futuro, necessidade de distanciamento social e contato frequente com assuntos relacionados às doenças e óbitos, a saúde mental das crianças foi afetada.
A depressão nas crianças e adolescentes é tão séria quanto nos adultos. Além disso, eles não sabem bem como lidar ou, até mesmo, identificar os sentimentos que são sintomas da doença. Portanto, nesse momento, os pais são fundamentais para ajudá-los.
Tristeza, apatia, desesperança, perda de interesse, cansaço, mudanças bruscas de humor, falta de concentração, taquicardia, medo infundado, culpa e choro sucessivo podem ser alguns dos indicativos da depressão. Ressaltamos, é claro, que, ao primeiro sinal de depressão, a coisa certa a se fazer é levar seu filho a um psicólogo ou psiquiatra.
Mas, no texto de hoje, vamos te dar 6 dicas de como prevenir a depressão em crianças e adolescentes e ajudar a cuidar da saúde mental do seu filho.
1 – Passe tempo de qualidade com as crianças
Os dias são agitados, agenda cheia. Muitos de nós passamos bastante tempo no trabalho e, quando percebemos, saímos e chegamos enquanto eles estão dormindo. Mas, se você não passar um tempo com as crianças e adolescentes, fica mais difícil identificar seus sentimentos e comportamentos.
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Além disso, a proximidade com os pais é importante para a construção de personalidade e autoestima. Então, para começo de conversa, vale perguntar sobre o dia, perceber os sinais que eles darão enquanto falam sobre a rotina, descobrir o que gostam e realizar, sempre que possível, atividades em conjunto.
2- Mostre que valida os sentimentos deles
As crianças e adolescentes precisam confiar em você e no seu julgamento sobre o que eles irão te contar. Para conquistar essa confiança, escute o que eles têm a dizer e não julgue, falando que “é besteira”, “frescura” ou que está sendo “mimado”.
Muitas vezes, nem eles entendem o que estão sentindo e precisam da sua ajuda para isso. Lembre-se, você é o adulto da relação, você teve a vida inteira para entender os sentimentos e todas as nuances de sentir, eles ainda estão começando a descobrir o que é isso.
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Ao invés disso, diga a eles que se preocupa e que vai tentar ajudá-lo com o que for necessário, expresse seu amor com palavras e gestos, mostre que ele não está sozinho como pode pensar que está.
Você pode ajudá-lo, ainda, apresentando as emoções. Tente mostrar ao seu filho como é sentir alegria, raiva, tristeza, frustração. Você pode fazer isso com ajuda de um brinquedo ou até mesmo com filmes, como a animação Divertidamente, por exemplo.
3- Ouçam música juntos
Muitas vezes, uma música pode te acompanhar por uma vida inteira, então, por que não criar memórias juntos com músicas? Crie uma lista de canções felizes e tristes, uma playlist cheia de sentimentos e sensações que podem descrever o que eles estão sentindo no momento.
Além disso, a música é capaz de liberar um neurotransmissor chamado dopamina, conhecido como hormônio da felicidade. Em outras palavras, vocês estarão produzindo felicidade juntos. Como isso poderia ficar melhor?!
4- Incentive a prática de atividades físicas
Não é segredo para ninguém que as atividades físicas constante e moderada tem efeitos benéficos na saúde em geral e, ao nível psicológico, pode melhorar a autoestima e autoconfiança, além de prevenir e ajudar a tratar a depressão.
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O exercício físico libera no cérebro substâncias chamadas endorfinas, que proporcionam uma sensação de paz e de tranquilidade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) determina, que quanto mais cedo começar a prática de atividades físicas, melhores serão os benefícios.
5- Crie uma rotina
É muito importante que eles tenham uma rotina bem definida, com hora para dormir, brincar, estudar e para fazer nada. Isso ajuda no desenvolvimento das crianças e adolescentes, os auxilia na organização de atividades.
Mas isso não quer dizer que você precise encher os pequenos de atividades, isso pode gerar frustração, mais estresse e até um burnout, uma doença que leva ao estresse profundo. Mesmo com a rotina, as crianças ainda são crianças e os adolescentes ainda precisam respirar. Vá com calma e encontre o melhor cenário para vocês.
6- Viva também fora de casa
Pisem na grama, sintam a areia da praia, entrem no mar, tomem sol e experimentem a vitamina D. Vivam do lado de fora de casa! Ter espaço para brincar ou não fazer nada é importante, principalmente se vocês moram em um apartamento ou casa pequena e se passam muito tempo dentro do quarto.
Estar em contato com a natureza é capaz de reorganizar as energias e sentimentos das crianças.
Todas essas dicas vão te ajudar a construir um ambiente seguro e de confiança para manter a depressão em crianças e adolescentes longe da sua família. E lembre-se: saúde mental precisa de cuidados diários e, ao sinal de que algo anda errado, é fundamental procurar ajuda médica, sem preconceito ou resistências.
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